Dia Mundial do Livro

DIA MUNDIAL DO LIVRO – 24 – 4 - 2020
                                Em homenagem ao livro, um bem precioso, para mim,
                                        vou partilhar a apresentação desta minha obra



                   Tal como pingos de chuva em terra seca, que surgem e logo são absorvidos, eis alguns momentos fotografados pela lente da emoção e guardados no álbum das recordações.
Curtas vivências relatadas e ouvidas numa atitude de cumplicidade, de pessoas que gostam de comunicar e partilhar.
Histórias de algibeira para serem lidas num cadeirão, com um grande balde de pipocas, ou numa esplanada à beira mar, diante de uma cerveja geladinha e um prato de tremoços.
Nesta altura, no sofá com um petisco na frente.
         Gostaria que ao leitor, este conjunto de histórias se apresentasse como um cesto de cerejas, que tal como elas, independentes e encadeadas, atraentes à vista e ao paladar, se vão degustando com redobrado apetite e satisfação.

Escrever é um vício benéfico no qual se mergulha e de onde dificilmente se emerge.
O escritor pode criar heróis, vítimas e carrascos, polícias e malfeitores, fadas e bruxas, tornar realidade factos inimagináveis, viajar pelos lugares mais insólitos levando consigo os leitores, desde que estes consintam em deixar-se transportar no sonho e na quimera, através da verosimilhança. Além do mais, o escritor dispõe de poções mágicas às quais pode deitar mão sempre que lhe aprouver e com elas decidir os destinos das suas personagens.
Foi com estes poderes que me foram conferidos pelos meus colaboradores, que em algumas circunstâncias, os virei de cabeça para baixo, vesti a roupa do avesso, mudei o nome, deles pus e dispus a meu belo prazer. Pese embora toda esta alquimia, espero que todos acabem por se encontrar, no meio da amálgama onde os mergulhei, amassei e moldei de novo. E perdoai se não vos tratei do jeito que gostaríeis, mas isto de lidar com a vida dos outros a nosso belo prazer tem que se lhe diga. Asseguro-vos, porém, que muitas vezes, são as próprias personagens que durante o processo da escrita, nos impõem o rumo a seguir.
De qualquer forma, obrigada a quem em 2006/2007, na Feira do livro, sem reservas, me contou as suas histórias. Procurei tratá-las bem.
Quero, porém, avisar os leitores, que os meus poderes de alquimista e maga, não cessaram quando terminei a escrita. É que este vírus, que nos corrói as entranhas, contagia quem nos lê, por isso, só agora se começa a propagar. Alguém disse, e eu subscrevo, que: “Um livro só está completo após ser lido”. Deixo, pois, aos que me lerem, a tarefa de completardes o meu trabalho, de propagardes o vírus. E não subestimeis este meu apelo, pois, com os poderes de que fui investida, quando entrei nesta aventura, antes de terminá-la, vaticinei um terrível anátema:
“Quem isto ler, e não o contar, em folha seca, se há-de tornar.”
R…R…R…R…RRRRRR
Vedes, como o vírus se propaga?
Não permitais, de modo algum que o meu feitiço, recaia sobre vós.

Este livro é, pois, um hino à vida, à vida a cores, desfrutando dos infinitos cambiantes, entre a luz e a sombra, degustando os sabores mais variados, gozando de momentos de calma, de paz, no meio da aceleração constante, e em crescendo, da nossa sociedade. São momentos que nos reportam, aos lugares, aos cheiros da nossa infância, ao rio da nossa aldeia, à mata africana, a vivências que marcaram o nosso quotidiano. Levam-nos através de distintos percursos, degustando a brisa, revisitando espaços e tempos, numa ida ao tabernáculo, onde guardamos ícones sagrados das nossas memórias, num relembrar de afectos, que tocaram as fímbrias da tessitura dos nossos dias.
É no apreciar o voo de uma ave, no olhar o pôr-do-sol, no desfrutar da companhia de alguém, de um acto de camaradagem, de um gesto de carinho e lealdade, que vale a pena viver. Tudo isto, porque a vida é feita de nadas, de curtos instantes, cujo somatório, torna feliz ou infeliz, uma existência.
Espero que todos e cada um dos leitores, encontre reflectida em alguma destas curtas narrativas, que não são mais que retratos “à lá minuta”, da real cultura do nosso povo, sensações análogas a outras já vivenciadas por vós, que vos deem a ilusão, de serem os seus verdadeiros protagonistas, fazendo-vos reportar, a espaços, ou tempos do vosso encantamento, das vossas memórias, mais gostosas.
Esta leitura é um convite a uma pausa, na corrida desenfreada do presente, ao gozo de um momento de tranquilidade, porque tranquilos, devem ser os nossos dias, e urge contrariar a turbulenta euforia em que vivemos. Estimo que a apreciem, à luz da simplicidade, que atravessa cada uma destas histórias, contadas com tanto carinho, e ouvidas com tanto prazer.

                                                                      Aida Viegas 2010

P.S. Se algum dos leitores pretender adquirir um destes livros, para ler durante “as férias” poderei enviar por correio normal, pelo preço de 12.50 euros com porte incluído; basta que me mandem o nome e a morada postal completa.


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