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A mostrar mensagens de 2013
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Partilhando fotos Sobrevoando o Grand Canyon  
                                  Desejo a todos os leitores                                                 um Santo e Feliz                                  NATAL
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  Praga         Imagem de Santo António na Ponte Carlos                                                                                                           (partilhando fotos)
O Mês do Ramalhete               A emigração para o Brasil que teve o seu ponto alto na primeira década do século vinte, foi um dos factores que levou muitos homens a partirem para Terras de Santa Maria, deixando mulher e filhos, muitas vezes, “ao deus dará”.               Consta que uma dessas mulheres, a Taresa, encontrando-se muito sozinha e meio atrapalhada, com a vida que não lhe estava a correr de feição… resolveu escrever ao marido pedindo-lhe insistentemente que viesse com a máxima urgência, pois definhava sem ele. O homem que ainda nem conseguira, sequer, juntar dinheiro para a viagem de regresso, ficou em polvorosa, com apelo tão insistente de sua mulher, e escreveu-lhe, na volta do correio, lastimando-se da falta de proventos para satisfazer a sua vontade, que afinal ia bem ao encontro da dele, que já andava cheio de saudades de se poder d...
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Partilhando fotos Moscovo Praça Vermelha
Entrega da Encomenda de Espinho     Morava eu num apartamento ali no Bairro do Liceu, num prédio de três andares e no mesmo piso vivia a dona Berta uma senhora muito simpática dos seus setenta anos. Era habitual, no verão, ela ir passar férias com a família numa localidade para os lados de Arouca. Durante o período em que estava ausente, dona Berta costumava deixar comigo as chaves de sua casa para eu lhe regar alguns vasos de plantas que tinha na varanda, e também me pedia para lhe tratar de qualquer assunto urgente que surgisse de improviso, aliás, pode dizer-se, que eu era a guarda do prédio, pois, com a minha sogra acamada, nunca ia de férias, e se saía de casa era sempre por um curto espaço de tempo, pelo que, se por ventura o correio chegasse com qualquer registo, ou encomenda para qualquer dos moradores e os não encontrasse, geralmente era a mim que recorria. Aconteceu baterem-me à porta uma certa manhã e eu como de costume fui abrir. Deparei-me com um m...
Eu Não Sou Ninguém                 Não faz muito tempo que tendo sido convidada para participar num almoço de aniversário de um jornal semanal, regional, do qual eu era colaboradora na época, o director começou por se apresentar, pedindo aos convidados para lhe seguirem o exemplo, pela ordem em que se encontravam sentados à mesa.          A ronda foi seguindo, e cada um dos presentes, enunciando o seu nome dizia: ─ Sou fulano, presto tal tipo colaboração ao jornal, tenho tal profissão, nasci em tal lugar, e resido em tal sítio. Todos ouvíamos atentos e saudávamos cada um em particular. A certa altura chegou a vez de uma senhora, com um ar distinto, mas bastante modesto, que se levantou como os demais, e após um curto momento de silêncio, declarou:            ─ “Eu não sou ninguém,” não presto colaboração nenhum...
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  Partilhando fotos Santo António da Giesta  
Laivos de memórias de terras de SANTO ANTÓNIO Tal como de alguns lugares do deserto se fizeram oásis, também aqui, pelo trabalho do homem, das dunas quase sem vegetação, se fizeram campos férteis... O moliço, fertilizante natural, foi escasseando de tal forma que deixou gradualmente de ser usado. Dizem que a poluição terminou com ele. ... lembram-se alguns petizes de outrora, hoje homens de cabelos e barba branqueados pelo passar dos anos, de como mudava, com a época do ano e com o tempo que fazia, a estrutura das longas dunas, onde eles felizes se rebolavam... A única fonte de calor em casa era a lareira. À sua volta, a família se reunia nos serões de Inverno, conversando, rezando, contando histórias... remendando a roupa, fazendo as “rasgadelas”, cortando batatas, debulhando o milho... “ escapadelas” ! Eram as vulgares desfolhadas, trabalho rodeado de muita alegria e até de certa magia trazida pelos embuçados, rapazes tapados com mantas ou...
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                                                                Partilhando fotos                                     Santo António nos Carris  
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  Partilhando fotos Viajando no Wietnam    
ELEIÇÕES             Após o vinte e cinco de Abril de setenta e quatro, tendo Berta regressado de Angola, veio residir para a sua terra natal, uma aldeia do centro do país.             Ao serem decretadas as primeiras eleições livres, foi instalada uma mesa de voto na escola lá da aldeia. Entre os membros da mesa, encontrava-se um cavalheiro como presidente, que há alguns anos viera do Porto residir na aldeia vizinha cujos eleitores ali iriam votar.             Berta dirigiu-se pois ao presidente da mesa a quem entregou o seu bilhete de identidade e seu cartão de eleitora. Este após conferir ambos pelas lista de eleitores, com ar solene interroga a eleitora:             Sabe ler?             Qualquer...
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Partilhando fotos O Verão terminou na praia de Mira  
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  Partilhando fotos As flores das quais eu cuido Fins de Verão    
A paz é o resultado não da ausência de conflitos na nossa vida, mas da nossa capacidade para os contornar.
    Eu Não Sou Ninguém                  Não faz muito tempo que tendo sido convidada para participar num almoço de aniversário de um jornal semanal, regional, do qual eu era colaboradora na época, o director começou por se apresentar, pedindo aos convidados para lhe seguirem o exemplo, pela ordem em que se encontravam sentados à mesa.           A ronda foi seguindo, e cada um dos presentes, enunciando o seu nome dizia: ─ Sou fulano, presto tal tipo colaboração ao jornal, tenho tal profissão, nasci em tal lugar, e resido em tal sítio. Todos ouvíamos atentos e saudávamos cada um em particular. A certa altura chegou a vez de uma senhora, com um ar distinto, mas bastante modesto, que se levantou como os demais, e após um curto momento de silêncio, declarou:             ─ “Eu não sou ninguém,”...
  Telefonema Inoportuno             Andava eu entusiasmadíssima a preparar uma nova exposição de pintura e nesse meu entusiasmo deixava de parte tudo o que me pudesse desviar das minhas telas, dedicando-me a tempo inteiro à minha inspiração e vontade de terminar as obras que tinha entre mãos.       A família vendo todo o meu empenhamento procurava ajudar-me nos trabalhos inadiáveis e até deixarem-me só, em casa, durante grande parte do dia, para sem interrupções eu me poder dedicar de alma e coração à minha arte.           Estando pois de pincel na mão, embrenhada na pintura, talvez até já suja de tinta, eis que toca o telefone. Toca, toca insistentemente, e entre continuar a ouvir aquele retinir incomodativo, que me destabilizava e roubava a calma necessária para a tarefa que desempenhava, e interromper o meu trabalho, optei pela segunda hipótese, a...
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    A paciência é uma árvore de raiz amarga mas de frutos muito doces.    
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Partilhando fotos As flores das quais eu cuido Há pessoas que choram por as rosas terem espinhos e há quem ria alegremente por os espinhos terem rosas.
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Partilhando fotos As flores das quais eu cuido
As Laranjas do Vizinho          Quando eu era novo costumava de vez em quando saltar os muros e ir apanhar umas laranjitas nos quintais dos vizinhos. Um dia fui com uma malta, entrámos lá num quintal, que tinha laranjas, e andávamos muito bem a apanhar nelas, quando entretanto apareceu o dono e começou a ralhar: ─ Há meus malandros! Meus marotos! A malta desatou a fugir. Eu corria quanto podia, mas o homem vinha no meu encalço, quase a apanhar-me. A dada altura ele começou a gritar com quanta força tinha: ─ Pára! Pára! Pára! Pára! Pára. Eu, que só pensava em fugir, ao ouvir, a sua voz forte e toda aquela insistência, não sei porquê, mas o certo é que parei mesmo. Estaquei de repente, e gelei de medo e espanto, pois com a pressa da corrida, nem vira para onde me dirigia, e só nesse preciso instante me apercebi, de que estava mesmo ali à minha frente, rente ao chão, envolto em silvas, um poço daqueles enormes, de rega, ...
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      Partilhando fotos   As flores das quais eu cuido  
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Cágarrente                  Quando a Juvelina era garota vivia na sua terra, uma aldeia pitoresca, um homem ao qual, por fatalidade tinha crescido um enorme bócio, tornando-o uma figura um tanto grotesca. Era hábito corrente por aquela zona, atribuírem com facilidade alcunhas às pessoas, das quais dificilmente se livravam, sobretudo se os visados se agastassem com isso.          Este sujeito, não se sabe bem porquê, mas talvez pelo seu defeito físico, há muito era conhecido pelo Cruja , e a criançada ao vê-lo passar, adorava gritar-lhe:             Lá vai o Cruja ! Lá vai o Cruja !...           O homem ia aos arames. Ameaçava os garotos, e não raro corria atrás deles, vociferando impropérios.           Os adultos, quando...