Que o Ano Novo seja para todos os Amigos como um Jardim sempre florido repleto de botões de rosa prontos a desabrochar para colorirem e perfumarem nossos dias. Feliz 2018
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Do livro "Oliveira do Bairro - Memórias de um Século" NATAL DE ONTEM E DE HOJE Noutros tempos, nas nossas aldeias, o Natal era uma festa que se restringia quase exclusivamente a práticas religiosas à volta da igreja; festa singela mas talvez mais fiel ao seu verdadeiro significado que nos nossos dias. Começava-se a preparação do Natal com o início das novenas ao Menino Jesus em todos ou quase todos os lugares. Nos nove dias que antecediam a noite de vinte e quatro de Dezembro, homens, mulheres e crianças reuniam-se nas capelas ou igrejas para juntos rezar e cantar em louvor do Deus Menino, preparando-se assim para o seu nascimento. Era grande a devoção com que o povo acorria às novenas só ficando em casa os descrentes ou impossibilitados. Em algumas terras nunca esta prática foi posta de parte, noutras, caiu no esquecimento, mas dentre estas há algumas que estão a retomar a tradição. Deixamos aqui algumas quadras dos cânticos mais populares, entoados no ...
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O LADO FEMININO DA GUERRA DO ULTRAMAR (Lisboa, 20 de Março de 2013 - Palácio da Independência) (Intervenção de Aida Viegas) Foi com muito prazer que participei na obra “A Mulher Portuguesa Na Guerra e nas Forças Armadas”. Hoje desloquei-me, expressamente de Aveiro aqui, para dar o meu testemunho como mulher de um combatente, mulher que o acompanhou no local de conflito, na guerra do Ultramar. Começo por declarar que a guerra, para mim, foi e será um dos grandes flagelos da humanidade. Sou contra todas as guerras. Penso que se as mulheres estivessem em maior numero nos lugares de decisão não haveria tanta guerra, mas poderei estar enganada. A parcela do ultramar português onde vivi a guerra ao lado do meu combatente, do meu herói, foi Angola para ond...
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Basta Portugal inteiro é um braseiro Uma imensa e devastadora chama E ninguém reclama!? Arde-nos a alma O silêncio é sepulcral. Roubam-nos a vida E ninguém lhes leva a mal?! Nem poder nem justiça põem cobro A tanta maldição, tanto desgosto? Não há quem ponha freio A tanto fogo posto? Só cinzas nos rodeiam. Ano após ano nada muda. Não há quem nos acuda!? Levantai-vos ó povo! Acordai enquanto é madrugada Pois dentro em breve já não resta nada. Onde está a alma lusitana Que nos levou a cruzar os oceanos? Onde a bravura e o destemor Onde a revolta e a decisão? Perdemos o poder de indignação? Pobres de nós, pobre de tal nação! Que assim se conforma, assim se resigna A ver-lhe arder o coração. Ergam-se os poetas Em brados e clamores. Juntem-se a nós obreiros e doutores Velhos, jovens e crianças. Chega de paliativos Basta de palavras mansas. Queremos leis que nos protejam E castigos para quem as não cumprir. Queremo...
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Do livro "Histórias de Bolso das Gentes de Aveiro" Entrega da Encomenda de Espinho Morava eu num apartamento ali no Bairro do Liceu, num prédio de três andares e no mesmo piso vivia a dona Berta uma senhora muito simpática dos seus setenta anos. Era habitual, no verão, ela ir passar férias com a família numa localidade para os lados de Arouca. Durante o período em que estava ausente, dona Berta costumava deixar comigo as chaves de sua casa para eu lhe regar alguns vasos de plantas que tinha na varanda, e também me pedia para lhe tratar de qualquer assunto urgente que surgisse de improviso, aliás, pode dizer-se, que eu era a guarda do prédio, pois, com a minha sogra acamada, nunca ia de férias, e se saía de casa era sempre por um curto espaço de tempo, pelo que, se por ventura o correio chegasse com qualquer registo, ou encomenda para qualquer dos moradores e os não encontrasse, geralmente era a mim que recorria. Aconteceu baterem-me à porta uma certa manhã e eu c...
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Do livro "Histórias de Bolso das Gentes de Aveiro" Um Dia de Sorte Durante o meu curso, a universidade onde estudava organizou uma visita de estudo à Alemanha e à Áustria. Fui incumbida, por uma amiga minha, de lhe comprar um determinado rádio em Frankfurt. Para satisfazer o seu pedido tive de me deslocar ao centro comercial Taunus, longe do centro da cidade, pois só lá se encontrava à venda. Custou-me mas lá fui, para lhe fazer o jeito. Com a pressa nem experimentei o aparelho na loja. De regresso ao hotel, já cansada, descansei um pouco, e lembrei-me então de verificar se o rádio estaria em boas condições. Liguei-o, e para meu desalento, não funcionava, e eu não o podia levar assim, era imperioso trocá-lo. A minha amiga merecia o sacrifício. Tínhamos a seguir uma visita a uma casa onde se vendia a cidra e nem que eu perdesse a visita, a prova e o convívio, não desistiria de lhe proporcionar aquele prazer, de ter um modelo de...
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Morrer de pé É de pé que as árvores morrem Nós sem elas mal vivemos Mais dura mais lentamente, Sem ar puro, fenecemos. Morrem pelo fogo devoradas. Mortas, inda de pé permanecem. Negros padrões, ali, carbonizadas Lembram como os fogos acontecem. Gritam silêncios por vales e montanhas Protestam caladas, ante toda a gente, Ante a Humanidade serena e indiferente À mata destruída, a desgraças tamanhas. Pouco é o que escapa ao fogo devastador. A morte é espalhada tão levianamente! Morrem plantas, animais, semente Só fica a terra contorcida em dor. Ao ser o nosso equilíbrio destruído Por ganância, incúria ou por vingança Todo o incendiário deveria ser punido E terminar seus dias sem parança. Aida Viegas Cantanhede, 28 de Agosto de 1995. (Época de muitos fogos. Vê-de O tempo que já passou)
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Do livro Malhapão Rico - Confidências à Sombra do Sobreiro Inéditos e curiosidades As tripas num alguidar Nos lavadouros existentes nas Relvas, para que a água fluísse nos tanques era necessário que alguém tocasse à bomba fazendo girar a roda. O esforço era grande e as mulheres revezavam-se para conseguirem lavar toda a sua roupa. Um dia, estando uma delas, já cansada e distraída a fazer girar a roda, teve o azar de ficar presa pela roupa que se enrolou de tal forma ao cabo que a enrolou a ela também, acabando por ficar bastante ferida. Nem se entendia bem como tudo tinha acontecido. A verdade é que constou que a pobre foi parar ao hospital com as tripas dentro de um alguidar, levada por um carro particular cujo dono foi chamado com urgência em seu socorro. (Nesse tempo ainda não existiam telefones nem bombeiros por ali nas redondezas.) Foi operada e demorou uns meses a recuperar. Como era nova conseguiu restabelecer-se e viveu bem durante muitos anos. Mas na altu...