Basta

Portugal inteiro é um braseiro
Uma imensa e devastadora chama
E ninguém reclama!?

Arde-nos a alma
O silêncio é sepulcral.
Roubam-nos a vida
E ninguém lhes leva a mal?!
Nem poder nem justiça põem cobro
A tanta maldição, tanto desgosto?
Não há quem ponha freio
A tanto fogo posto?
Só cinzas nos rodeiam.
Ano após ano nada muda.
Não há quem nos acuda!?

Levantai-vos ó povo!
Acordai enquanto é madrugada
Pois dentro em breve já não resta nada.
Onde está a alma lusitana
Que nos levou a cruzar os oceanos?
Onde a bravura e o destemor
Onde a revolta e a decisão?
Perdemos o poder de indignação?
Pobres de nós, pobre de tal nação!
Que assim se conforma, assim se resigna
A ver-lhe arder o coração.

Ergam-se os poetas
Em brados e clamores.
Juntem-se a nós obreiros e doutores
Velhos, jovens e crianças.
Chega de paliativos
Basta de palavras mansas.
Queremos leis que nos protejam
E castigos para quem as não cumprir.
Queremos decisões e acções
Mas que se vejam!
Para de novo juntos voltarmos a sorrir.


Aveiro Verão de 2005

Aida Viegas 2017

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