Tradição Familiar (continuação)
Bebi de minha mãe a devoção e crença inabaláveis, que ela cultivava e acarinhava, e cedo comecei eu própria a rezar o responso a Santo António. Confesso que de início não fui bem sucedida: rezava tudo direitinho mas não acontecia nada. E eu lá ia pedir à minha mãe que rezasse por mim, para obter a graça. Talvez a minha fé não fosse ainda bem firme, e a minha confiança não fosse absoluta, mas eu não desanimei, fui tentando, cada vez mais convicta de que Santo António me iria ouvir. E quando consegui pedir com a firme certeza de que iria ser atendida, o milagre aconteceu. Desde aí nunca mais o meu protector deixou de me ouvir e atender às minhas humildes súplicas. Peço por mim, pelos meus amigos, pelos que estão perto, ou mesmo pelos que de longe me telefonam a pedir que rogue por eles; peço por pessoas que mal conheço e sei que se encontram em dificuldades, sempre com muita fé e devoção, com muita atenção e amor, e sempre sou atendida, seja em que circunstância for. Santo António tem um serviço de atendimento permanente sem feriados, férias ou horas de repouso.
A minha devoção ao nosso querido Padroeiro, desde jovem foi sempre tanta que no meu livro de curso me fizeram, entre outras, esta quadra. E não se enganaram.
Santo António há-de mandar-lhe
Porque lhe tem devoção.
Um António ou um Fernando
Que lhe roube o coração.
Lentamente fui interiorizando aquela fé inabalável de minha mãe e, tinha eu doze anos, quando ocorreu a minha primeira experiência positiva.
Aida Viegas (in Santo António A Freguesia e o Padroeiro)
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