Coisas do irreal


Coisas do irreal

No ano de 1997 tive a sorte de poder acompanhar meu marido, com o grupo        coral a que pertencia, numa deslocação a Viena de Áustria, onde foi participar, no Festival Internacional de Coros de todos os continentes organizado em celebração do bicentenário do nascimento de Franz Schubert e no centenário da morte de Brahms.
Para além de tudo de bom que pude desfrutar nessa estada, naquela bela cidade durante uma semana, aconteceu-me um facto no mínimo curioso e estranho. Eu que há muito conhecia as miosótis mas apenas de descrições livrescas e gostava muito delas, não só pela sua singeleza mas também pelo seu nome em inglês (forget me not – não te esqueças de mim), deparei-me com uma profusão dessas minúsculas florinhas nos jardins de Viena, o que muito me alegrou por ser a primeira vez que as via.
Curioso é, passado sensivelmente um mês de ter regressado surgir uma enorme quantidade de várias plantinhas estranhas no meu jardim, sem ninguém as haver semeado. Deixei-as crescer por curiosidade e para meu espanto e regalo, passado pouco tempo, um mar de miosótis azuis enfeitava os meus canteiros. Até hoje desconheço a que se deveu a coincidência. Juro, porém, que, de Viena, não trouxe nem uma semente, nem a mais pequena plantinha. Tais florinhas só podem mesmo ter sido trazidas pelo meu encantamento, viajando até ao meu jardim no fundo dos meus olhos.
   Elas lá continuam e todas as primaveras me delicio ao olhá- las.

                                                                       Aida Viegas






                                         Com votos de muita saúde e muita paz para todos


Comentários

Mensagens populares deste blogue