JÁ TUDO É HISTÓRIA

A primitiva capela de Santo António

Tal como de alguns lugares do deserto se fizeram oásis, também aqui, das dunas quase sem vegetação, se fizeram campos férteis...


O moliço foi escasseando de tal forma que deixou gradualmente de ser usado.

Dizem que a poluição terminou com ele.

... lembram-se alguns petizes de então, hoje homens de cabelos e barba branqueados pelo passar dos anos, de como mudava, com a época do ano e com o tempo que fazia, a estrutura das longas dunas, onde eles felizes se rebolavam...

A única fonte de calor em casa era a lareira. À sua volta, a família se reunia nos serões de Inverno, conversando, rezando, contando histórias... remendando a roupa, fazendo as rasgadelas, cortando batatas, debulhando o milho...


escapadelas”! Eram as vulgares desfolhadas, trabalho rodeado de muita alegria e até de uma certa magia trazida pelos embuçados, rapazes tapados com mantas ou lençóis...terminavam com um copito de aguardente...


Ao toque do búzio, feito pelo Serôdio ou pelo Tereso, e ouvido por toda a freguesia, organizavam-se os cavadores e acorriam os carreiros... era a hora de cavar o barro...


       Sardinheiras! Hoje, já ninguém as encontra.        Restam, no entanto, os seus pregões e   as suas       figuras na memória dos mais velhos.

Sardinha fresca! É vivinha da costa!


Os burriqueiros, quase todos oriundos da Ponte de Vagos vendiam pelas portas não só na freguesia de Santo António mas em Vagos e Ílhavo, pinhas que geralmente buscar à Bairrada. Lá, pelas ruas dos lugares ouviam-se amiúde gritar: “ À can danado, se me viras a caguincha, levas ca gancha.”


Vens de rapóla! Vens de rapóla!...

Queres dinheiro? Aonde pensas que o vou buscar? Aos “cotos da alhandra”, não?


Tudo isto e muito mais...já tudo é história.

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