texto de abertura do Tempo das Delícias
A ti
que cortas a roseira para não te picares nos seus espinhos, ficando assim privado da contemplação da beleza das rosas, da fragrância do seu perfume, da maciez de suas pétalas;
A ti
que sofregamente sacias a tua fome sem te deliciares com a finura dos sabores;
A ti
que não sendo surdo te recusas a ouvir;
A ti
que olhas e não vês porque não queres ver;
A ti especialmente,
mas também àquele que saboreia a vida e
festeja cada instante de sua existência,
dedico estes poemas.
Se
neles descobrirdes a mensagem que tentei enviar-vos, asseguro que podereis
encontrar delícias não só no tempo da prosperidade, da bonança, do estio, da
euforia... mas também no tempo da
escassez, da tormenta, da invernia, do silêncio, da meditação...
Ireis certamente podar os espinhos; porém, jamais esventrar a terra para em gritos de raiva arrancar a roseira.
Aida Viegas

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