Grupo
Folclórico de Santo António de Vagos
Todos
sabemos da mais valia que constitui em todo o lado, mas sobretudo nos meios
mais pequenos, a existência de actividades regulares que promovam as pessoas e
as levem a pensar em algo que não seja a rotina do dia a dia, a demandarem
outras terras, a conviverem com outras gentes e a ganharem novas experiências.
Cantar, tocar e dançar formam um trio por excelência, que não só eleva quem o
pratica, como alegra quem vê, ouve e aprecia tal prática.
Santo António de Vagos orgulha-se de
ter um Grupo Folclórico reconhecido a nível nacional, o qual nasceu a 15 de
Agosto de 1978, na festa do Rio de Além e que tem já um longo percurso. Não foi
fácil o caminho até se afirmar, mas hoje, é já uma referência na região. Com o
seu festival de folclore, incorporando diversos grupos convidados, a que
associa um desfile desde, a Gafanha de Aquém, de barcos típicos da Ria:
saleiros e moliceiros e a reconstituição de um leilão de moliço, quando este é
conseguido, atrai anualmente um mar de gente ao Cais das Folsas Novas.
Tem participado em festivais por
todo o país e conta no seu currículo com muitas deslocações ao estrangeiro
(Espanha e França). Não só na zona de Vagos mas por todo o país é
constantemente solicitado para participar na animação de festas.
É composto por quarenta figurantes
e os seus tocadores manipulam os mais diversos instrumentos: dois acordeões, um
bandolim, três violas, um cavaquinho, uns ferrinhos, um bombo e um reco-reco.
As músicas, as canções, as danças
e os trajes que hoje apresenta foram recolhidos nas raízes que ligam o grupo às
terras de planícies arenosas, estendidas entre a Bairrada e o Atlântico,
cortadas pelos braços da ria de Aveiro, formando o concelho de Vagos. São os
viras vindos de alegres romarias à Senhora de Vagos, onde acorriam moços e
moças, em traje domingueiro, acompanhados da cesta da merenda, para rezar,
dançar e conviver. São as danças das tricanas de xaile negro. Mas são, também,
as que se dançavam na areia, no fim da escapada,
ou nas Folsas, quando já as velas dos moliceiros se abriam, prontas para a
partida. As cantigas, são as que nas tardadas ou nos serões se ouviam com
espontaneidade, ou aquelas cantadas na praia, por mulheres vestidas de negro,
com a Ave-Maria na boca e o nome dos seus homens no coração, enquanto olhavam o
mar, que dava o peixe mas muitas vezes, lhes roubava a vida.
Os elementos do grupo usam trajes
genuínos com base na recolha feita localmente e aprovada pela Federação do
Folclore Português, sendo os mais emblemáticos o de Noiva e o de Noivo, o de
Tricana, dois de Lavradeira e Lavrador Ricos, o de Cerimónia, o traje de
Romaria, o Domingueiro, o de Trabalho do Homem e da Mulher do Campo, e ainda o
de Pescador, Moliceiro e Peixeiro, o de Aguadeira e o de Mondadeira de Arroz;
sendo os dos homens menos diferenciados que os das mulheres, como é natural.
Os seus corpos sociais têm como
actual presidente João Agostinho (Padeiro), vice-presidente Manuel Pereira,
tesoureiro Victor Regalado e secretária Rosa Augusta Domingues. O presidente da
assembleia é Manuel Augusto Domingues, fazendo parte do Concelho Fiscal Manuel
Macário e José Menitra.
(in Santo António a Freguesia e o Padroeiro)
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