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A Medida Exacta Certo dia encontrando-me ao balcão de um estabelecimento onde vendíamos artigos de noiva, entrou na loja um homem novo, solteiro certamente, dado que não usava aliança, e pediu que lhe mostrasse conjuntos de calcinhas e soutien, bem modernos e bonitos pois pretendia comprar um, para oferecer à sua namorada, que fazia anos daí a dois dias. Prontamente fui buscar-lhe um vasto número de caixinhas com os mais variados e recentes modelos que havia acabado de receber da Alemanha. Ele foi observando atentamente uns e outros, e escolheu um conjunto bem bonito e ousado. Levo este, disse, recomendando-me que fizesse um embrulho para presente. Temos antes de ver o tamanho. Diga-me por favor qual é a estatura da sua namorada, para poder avaliar o número que lhe convém, ou será que saiba o número que ela usa? Este tamanho está ótimo. – Retorquiu, sem sombra de dúvida. Ainda bem que sabe o número. Acrescentei. Cl...
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                                       Aida Viegas     Amo-te  Aveiro              Primeira Capital Portuguesa da Cultura 2024     --------------------------------------------------- LIVRO A SER APRESENTADO A 25 de janeiro  de 2025 pelas 14h e 30m Na biblioteca Municipal de Aveiro                                                                           ...
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                                        Lista  dos livros que já publiquei
  RESPOSTA DA MINHA VISAVÓ   Maria Almeida era uma jovem ao que ouvi um tanto irreverente, mas astuta. Falando um dia com uma familiar mais velha sobre o seu possível futuro casamento com um jovem da Silveira, Manuel da Silva Pires (de apelido Bartolo), a familiar disse-lhe: Então Maria! Ouvi dizer que te queres casar com o Manel Pires. Tu arrebitada como és pensas que vais para aquela casa de gente tão educada, estudada e rica e eles te aguentam o teu feitio? Queres mesmo casar-te com o rapaz e ires lá para o meio deles na Silveira? Vai, vai que eles lá tiram-te a lama das unhas. Ou te amochas ou vens recambiada, passado pouco tempo. Não se aflija tia Rosa que eu sei bem o que hei de fazer, passo ao Barbito, (um pinhal, cheio de mato, a meio do caminho entre uma casa e a outra) esfrego bem os pés no mato e deixo lá metade do meu génio e se ele me fizer falta, volto lá a buscá-lo.                            ...
  ENAMORADA Eu vi dançar o sol arder o mar Brilhar o fulgor do eterno diamante Ouvi rir as flores doces anjos voar Espreitei o Paraíso um curto instante.   Surpreendi a terra a dar à luz o sol Ouvi cantar o vento e vi chorar a lua Vi dum buraco negro surgir lindo arrebol E o céu roubando ao mar a água que foi sua.   Vi sobre mim baixarem mil estrelas Vi meus dedos banhados de perfumes Feitos de lírios de rosas de jasmim! E nem das aves jamais senti ciúmes Guindei-me nas alturas por lá voei assim!   Vi tudo isto quando me enamorei Vejo hoje tudo o que vi nessa alvorada A causa certa não existe ou não a sei E no vazio construo um sonho desse nada.   Escuto o Mundo entoando um novo hino Composto de ilusões que tive ou inventei Vejo em botão a meiga rosa desfolhada Sinto ser sina minha ou meu destino Ser hoje e sempre uma eterna enamorada.           Aida Viegas (in Pens...

ÊXTASE PRIMAVERIL

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                                                                                                                                          ÊXTASE  PRIMAVERIL   Penso que um dia lindo e radioso O Supremo Pintor da humanidade Se sentiu de tal forma jubiloso! Nos quis presentear, com tal bondade,   Que criou o quadro mais grandioso. Pintou com tal engenho e habilidade, Fê-lo tão deslumbrante e luminoso, Coloriu-o com tal intensidade,   Com tais “nuances” e tão lindas cores, Que, desde então, a terra só espera Ser adornada das mais belas flores,   Para, ano a ano, era após era Ver eclodir, em si, novos amores Sob o céu etéreo, d...

texto de abertura do Tempo das Delícias

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Texto de Abertura                                                                         A ti dedico estes Poemas A ti que cortas a roseira para não te picares nos seus espinhos, ficando assim privado da contemplação da beleza das rosas, da fragrância do seu perfume, da maciez de suas pétalas; A ti q ue sofregamente sacias a tua fome sem te deliciares com a finura dos sabores;   A ti que não sendo surdo te recusas a ouvir;   A ti que olhas e não vês porque não queres ver; A t i especialmente, mas também àquele que saboreia a vida e festeja cada instante de sua existência, dedico estes poemas. Se neles descobrirdes a mensagem que tentei enviar-vos, asseguro que podereis encontrar delícias não só no tempo da prosperidade, da bonança, do estio, da ...