( do livro de Santo António a Freguesia e o Padroeiro ) - Aida Viegas


Um Grande Homem
              “O desenvolvimento da freguesia de Santo António confunde-se com a vida do padre Creoulo, um homem que, mais que saudade, deixou obra feita.
              A sua capacidade empreendedora é reconhecida por quantos o conheceram, ou tomaram conhecimento do seu trabalho e generosidade para com esta terra. O padre Creoulo era bondoso, preocupava-se com as pessoas e tentou ocupar a juventude com diversas actividades, procurando assim afastá-la dos maus caminhos. O povo confiava nele e tinha-lhe muito respeito. Era trabalhador e, que se saiba, nunca tirou férias. Era esperto, sabendo tirar partido das oportunidades e das sugestões que recebia. De carácter forte, preferia quebrar que torcer.
              Foi sob a sua égide que se construiu o cemitério, a residência paroquial e se remodelou a antiga capela. A partir de 1964 dedicou todo o seu tempo e esforço na construção da igreja matriz e salão paroquial, obras que ficaram concluídas em 1971. Era dirigente e, em simultâneo, um verdadeiro operário, que andava muitas vezes na obra, a trabalhar, de pá e picareta na mão, dando bom exemplo a todos. Sempre demonstrou uma grande capacidade para cativar e congregar a população. A figura do padre tinha, na época, muita força, de que ele se valia, não só no que dizia respeito à parte eclesial, mas também na colaboração da formação cívica dos seus paroquianos, promovendo entre muitas outras actividades a ocupação dos tempos livres dos mais jovens.
              Além de tudo isto, empenhou-se na fundação e financiamento da rádio e após adquirir um terreno, iniciou a construção do Lar de Santo António, onde colaborou até lhe faltarem as forças.
              Enquanto isso, desempenhou funções como professor do coral do Seminário de Aveiro, director do Colégio particular de Vagos (já extinto), ecónomo do Seminário de Calvão (actual colégio) e presidente da Assembleia-geral da Cooperativa Agrícola de Vagos.”
              Tudo isto foi apresentado ao jornal “O Ponto”, por Dario Martins, e inserido por este órgão de informação no suplemento especial Freguesia de Santo António de Vagos, aquando dos seus vinte e cinco anos.
              Subscrevemos todas estas afirmações sobre o padre Creoulo porque tivemos a honra e o prazer de o conhecer, gozar da sua amizade, e saber da sua dedicação e trabalho nesta terra, que lhe deve muito do seu desenvolvimento.                      
              O saudoso padre Creoulo faleceu a 2 de Julho de 1999 em Santo António de Vagos.
              Pelo povo da freguesia foi-lhe mandado erigir um busto que se encontra no largo fronteiro à igreja paroquial, em cujo pedestal se pode ler:
              Ao Padre Creoulo 1922  -  1999
              O Povo de Santo António agradece 48 anos de serviço 1951- 1998
              Santo António 23 / 06 / 2002.
          Também foi dado o nome de Rua Padre Creoulo à grande estrada que liga a 109, na Quintã, à igreja paroquial, prolongando-se até à Lomba. Há cerca de dois anos foi mudado o nome para “Avenida Padre Creoulo” após obras de melhoramento, na referida via.            
           O sentimento da gratidão é um sentimento nobre, que só engrandece quem o pratica, e se há quem tenha merecido essa gratidão foi o padre Manuel da Rocha Creoulo.

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